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Ana Cunha: Filtros de barro de Maragogipinho

 Fluindo com Filtros de  Barro em Maragogipinho 

Ao percorrer as ruas de Maragogipinho, é impossível não se encantar com a presença constante do barro, material que transcende sua natureza física para se tornar uma expressão viva da cultura local. As ruas, salpicadas com pedaços quebrados de cerâmica, contam histórias silenciosas de uma tradição que permeia a cidade. Maragogipinho é uma cidade marcada pela relação entre a água e o barro. A cidade fica às margens do rio Maragogipinho, que é uma importante fonte de água para a população local. 

O barro é um material abundante na região e é utilizado na produção de cerâmica, uma das principais atividades econômicas da cidade. A cidade é um exemplo de como a cultura e a natureza podem coexistir de forma harmoniosa e os resquícios, fragmentos desses materiais estão espalhados por todos os cantos da cidade, no chão, jardins, e cantos da cidade.


O barro, coletado das margens do Rio Maragogipinho, transcende sua utilidade prática na confecção dos filtros de cerâmica. Cada pedaço quebrado que adorna as ruas conta uma história de mãos habilidosas moldando não apenas objetos, mas uma herança cultural. No processo de produção, a comunidade se reúne, transmitindo de geração em geração a técnica e o apreço por um ofício que é mais do que uma simples tradição: é uma forma de vida.

Ao explorar Maragogipinho, somos convidados a mergulhar não apenas nas águas do rio, mas nos vestígios de uma cultura moldada pelo barro. Os filtros de cerâmica e os pedaços quebrados que pontuam as ruas não são apenas objetos, são portais para uma jornada sensorial, onde a história é contada através da textura do barro e do sabor cristalino da água filtrada. Em cada rua, em cada fragmento, em cada filtro, Maragogipinho revela-se não apenas como um destino, mas como um capítulo vivo da narrativa cultural brasileira.




Filtros de Barro: Patrimônio Material

Os filtros de barro, não meros utensílios, são testemunhos da história de Maragogipinho. Cada fissura na argila carrega consigo a resistência e a durabilidade de uma cultura que encontrou na cerâmica uma forma de se expressar. Ao passo que o filtro purifica a água, ele também purifica a conexão entre o povo e a sua história, preservando tradições em cada gota cristalina.



Os filtros de barro são uma forma tradicional de purificar a água. Eles são feitos de argila local e são queimados em altas temperaturas. Quando a água passa pelo filtro, as impurezas ficam presas nos poros da argila. Os filtros de barro são uma parte importante da cultura de Maragogipinho e de todo o nordeste. Eles são um símbolo da identidade da cidade e são utilizados por pessoas de todas as classes sociais. A produção de filtros de barro é um trabalho artesanal que é realizado por artesãos locais.


O Barro: Patrimônio Material, Cultural e Museológico

Com uma visão a partir da museologia, o barro torna-se não apenas um material, mas um elo cultural. É a argila que dá forma às cerâmicas locais, que se transforma em renda e utensílios, e que transcende sua materialidade, ao entender o barro como patrimônio cultural, Maragogipinho é convidativa aos visitantes, para testemunharem e vivenciarem a riqueza de uma herança que pulsa na cerâmica que adorna suas ruas. 

Os filtros de barro de Maragogipinho podem ser considerados um patrimônio material. Eles são objetos tangíveis que representam a cultura e a história da cidade. O barro também pode ser considerado um patrimônio cultural. Ele é um material que é utilizado na produção de objetos com significado cultural, como os filtros de barro.





Fotografias: Registrar para documentar

A Museóloga Renata Cardozo Padilha (2014), apresenta o termo “documentação museológica” como registro das peças, coleções e das práticas administrativas do museu, de forma a ser o mais completa possível, com objetivo de salvaguardar, estudar, e comunicar. Para isso, envolvem os processos de seleção, pesquisa, organização, armazenamento e disseminação da informação a partir de conhecimentos adquiridos sobre as peças visando reconhecimento e controle do acervo.

As fotografias feito pela turma FCHG 87 de seminário IV, sob orientação do professor Doutor José Cláudio Alves de Oliveira são uma forma de documentação sob o olhar de graduandos em museologia com o intuito de registro museal deste patrimônio material, que é a olaria, e o imaterial, que envolve toda a cultura acerca da produção e vivência dessa população que é baseada na produção da cerâmica.
Sou Ana Cunha, graduanda em Museologia pela UFBA e aluna do professor José Claudio no componente Curricular seminários temático 4, FCHG87. Fonte: https://www.visiteobrasil.com.br/noticia/maragogipinho-considerado-o-maior-plo-de-cermica-para-artesanato-da-amrica-latina. Acessado em novembro de 2023. PADILHA, R. C. Documentação Museológica e Gestão de Acervo /Renata Cardozo Padilha – Florianópolis: FCC, 2014.71 p.; il. 19 cm (Coleção Estudos Museológicos, v.2) 

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