- Alisson Gabriel Anunciação - Maragogipinho: Distrito do Barro e da Pesca Artesanal
- Amanda Ribeiro - "Azeite de dendê de pilão"
- Ana Cunha: Filtros de barro de Maragogipinho
- Andressa Lima Batista - Exposição Baixo Sul
- Anthea Xavier - Maragogipinho: mulheres, barro e encruzilhamentos mágicos
- Breno Luiz - Maragogipinho: Um Distrito Ceramista
- Caroline Sena - "Maragogipinho: Entre as Águas do Jaguaripe e o Barro que Conta Histórias"
- Estefany Fonseca - Histórias e Tradições no Coração do Recôncavo Baiano.
- Everton Jonathan - Viagem ao Recôncavo
- Filipe Guimarães
- Gessica Marques
- Gracilene Dias do Rosário - O Barro: O Caminho e as Veredas de Maragogipinho
- Levina Ferraz - Maragogipinho Barato Total!
- Lua Nina - "Maragogipinho: Caminho do Barro"
- Lórys Sampaio- Os Terços Católicos de Maragogipinho
- Luiz Gustavo - Nossa Senhora da Conceição e Fé que Move a Cidade
- Luiza Lyra - Febre Amarela
- Maria Fernanda Nery Santos - BILHA BOI
- Maria Luiza Coutinho Seixas - Entre Salvador e Maragogipinho: caminhos para refletir o patrimônio
- Paloma Pereira - Maragogipinho e a arte ancestral
- Vagner Santos - "Maragogipinho: A tradição do saber cerâmico. O local onde todos fazem acontecer."
- "Cuscuz é melhor que muita gente" - por Raquel Santos Souza
- Valério Hillesheim
Início
Caroline Sena - "Maragogipinho: Entre as Águas do Jaguaripe e o Barro que Conta Histórias"
Às margens serenas do Rio Jaguaripe, onde as águas calmas refletem o céu
tropical da Bahia, emerge um tesouro cultural meticulosamente moldado pela
tradição que perdura por séculos. Maragogipinho, esse distrito pitoresco
encaixado entre colinas verdejantes e árvores frondosas, transcende a mera
definição de localidade histórica. Ele se ergue como o guardião de uma herança
única e opulenta, um autêntico epicentro cerâmico que, com uma paixão que
atravessa as eras, continua a tecer a história e a arte da cerâmica. Ao
percorrer as ruelas estreitas e pitorescas de Maragogipinho, desvendamos uma
narrativa intricada de criatividade, tradição e habilidade. Essa história se
desenha nas mãos talentosas dos oleiros, que, com destreza, transformam o
simples barro em obras de arte duradouras.
Nesta jornada através das encantadoras ruas de Maragogipinho, é imperativo
incorporar as reflexões de Georges Henri Rivière, um teórico e museólogo
influente. Em sua obra "Museums of Today: Their Place and Their Objectives"
(1966), Rivière delineou a importância do 'patrimônio vivo' ou 'patrimônio
imaterial'. Essa perspectiva ressalta não apenas a preservação de objetos
físicos, mas também a valorização de elementos intangíveis da cultura, como as
práticas artesanais transmitidas de geração em geração. Além das contribuições
de Rivière, Peter Van Mensch, renomado por suas reflexões sobre museologia e
patrimônio cultural, oferece insights inestimáveis. Em obras como "The Power of
Heritage" (2004), Van Mensch explora a dinâmica entre o patrimônio cultural e a
identidade, proporcionando uma compreensão mais profunda de como comunidades,
como a de Maragogipinho, perpetuam suas tradições cerâmicas como parte essencial
de seu legado cultural.
Maragogipinho, amplamente reconhecido por suas diversas olarias, ergue-se como o
maior centro cerâmico da América Latina. Com uma população de cerca de 3.000
habitantes, a cerâmica se estabeleceu como a principal fonte de renda da
comunidade, envolvendo quase 80% de seus residentes na produção artesanal. A
transmissão do conhecimento de geração em geração, com pais ensinando aos filhos
a arte de criar cerâmica, é vital para a preservação dessa tradição. Isso
assegura que a cerâmica de Maragogipinho permaneça não apenas como uma forma de
expressão artística, mas também como uma fonte contínua de sustento para a
comunidade. A importância dessa herança cerâmica transcende as fronteiras da
economia local, destacando-se como um tesouro cultural e histórico de
Maragogipinho. O título de Maior Centro Cerâmico da América Latina, conferido em
2004 no Prêmio UNESCO de Artesanato para a América Latina e o Caribe, é um
testemunho da excepcional importância da cerâmica do distrito como parte
integrante do patrimônio cultural da Bahia e do Brasil.
Ao explorar o distrito cerâmico, não apenas nos conectamos com a matéria-prima,
mas também mergulhamos nas narrativas e práticas que transcendem o tangível. A
cerâmica de Maragogipinho, como enfatizado por estudiosos como Van Mensch, não é
meramente uma expressão artística local; é uma manifestação dinâmica do
'patrimônio vivo', enraizada na história, habilidade e paixão que atravessam
gerações.
Fontes: RIVIÈRE, G. Museums of Today: Their Place and Their Objectives.
UNESCO, 1966. MENSCH,P. The Power of Heritage. Tokyo: Museum Management
Academy, 2004.
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Seja bem-vindo! O blog Maragogipinho: sob olhares é uma construção coletiva dos graduandos do curso de Museologia na Universidade Federa...
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Um claro enquadramento entre Patrimônio e Museologia. E um texto bem direto.
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