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Paloma Pereira - Maragogipinho e a arte ancestral

Maragogipinho e a arte ancestral

Maragogipinho, distrito de Aratuípe na Bahia, tem na cerâmica um dos principais meios de subsistência. A prática artesanal dos oleiros mantém viva a tradição dos ceramistas, e, esse legado transforma o vilarejo em um lugar poético. Desde a praça principal até os becos, somos envolvidos por uma arte que é transmitida através das gerações. A herança de Maragogipinho transcende a tradição de converter matéria-prima em expressões artísticas. Este legado também se manifesta nos objetos produzidos, onde se vislumbram e interpretam processos formativos, traços identitários, influências históricas e a revitalização de saberes Afro-indígenas.

Na cerâmica, o processo ancestral: terra, água, ar e fogo – o princípio de tudo. O toque paciente e a dança das mãos dos oleiros fazem com que o barro se torne mais do que matéria; ele se transforma em arte. O processo de transformar o barro em cerâmica é uma alquimia de serenidade, habilidade e criatividade.

Dentro desse amplo espectro, emergem duas categorias principais: a cerâmica utilitária e a cerâmica decorativa. A cerâmica utilitária destaca-se pela sua relevância prática no dia a dia. Engloba uma variedade de peças funcionais, como utensílios de cozinha, vasos, potes e recipientes para armazenamento. Sua principal ênfase reside na utilidade, na durabilidade e na ergonomia, buscando atender às necessidades diárias. Por outro lado, a cerâmica decorativa transcende a mera funcionalidade, priorizando a estética e a expressão artística. As peças decorativas são elaboradas com foco na beleza visual, na inovação estilística e na narrativa cultural. A criatividade e a expressão pessoal dão vida a esse contexto.

Atualmente em Maragogipinho, ao caminharmos pelas ruas, deparamo-nos com lojas e olarias onde é possível observar de perto o processo em que os ceramistas moldam o barro, seja à mão (livre), moldagem ou no torno. A cerâmica ensina sobre o tempo: o tempo de fazer e o de esperar secar, o tempo de queimar e o de contemplar.

            














Imagem 01
 Artesão moldando um vaso


















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                          Interior da olaria e o torno

















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O barro que será moldado e uma escultura














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              Fachada de uma olaria


















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Esculturas na rua secando sob o sol





















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                                  Filtros e panelas de barro





















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Moldes

















                                         Imagem 08
                                                   Escultura
















Imagem 09
Mãe d’Água adquirida em Maragogipinho e que agora mora na minha casa



Referências:

SIMÕES, Iaçanã Costa. A cerâmica tradicional de Maragogipinho. 2016. Dissertação (Mestrado) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2016. 

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                            Paloma Pereira 


Graduanda em Museologia pela Universidade Federal da Bahia.

Esta exposição foi realizada durante o componente curricular Seminários Temáticos IV, ministrada pelo Professor Doutor José Cláudio Alves de Oliveira.



1 comentário:

  1. O texto revela o relato sem enquadramento específico, embora com nuances de documentação.

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