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Filipe Guimarães

A viagem 
A viagem teve como destino o município de Maragogipinho. Localizado no Recôncavo Baiano, possui o foco das atrações na produção de cerâmicas, além de ser um ambiente agradável de se visitar devido à presença de rios, matas e um patrimônio arquitetônico que se funde com as histórias dos habitantes.

Objetos estudados 
O objeto estudado é uma obra cujo nome é João e Maria. Trata-se de duas estatuetas que remetem a pessoas com estilos de vida tradicionais da região. A representação de João tendo 50 centímetros de altura e 12 centímetros de largura. Enquanto a de Maria possui dimensões de 50 centímetros de altura por 16 centímetros de largura. Ambas pesando aproximadamente 2,5 quilogramas. Algo interessante observado foi a maneira em que Beto, um dos donos na loja, conferiu a peso das peças, levantando-as com as mãos repetidas vezes e, tendo noção prática proveniente do costume de reproduzir a obra, determinou quantos quilos ela possuía.

FICHA DE DOCUMENTAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO

Nº do Registro: 0001A

 

Designação: Escultura de João e Maria

 

Coleção: Escultura em Argila

 

Origem e Procedência: Maragogipinho - BA e Loja de Beto e Marisa

 

Função: Decorativa

 

Tipologia: Escultura

 

Dimensões e Peso: 50cm x 12cm, 2,5 kg

Materiais: Argila

 

Técnica: Modelagem em argila

 

Autoria: Beto, Marisa e filho

 

 

Anverso

Reverso

Descrição Formal:

Representação de uma figura masculina da “roça”.


Localização:

Maragogipinho – BA

 

Observações:

A obra encontrava-se empoeirada. No entanto, Beto retirou a poeira utilizando um pincel.

Estado de Conservação:

(X)   Bom

(  )  Regular                      (  )   Ruim

Observações referentes a Conservação, verificar ficha:

 A peça encontrava-se empoeirada.

 

Data do Preenchimento: 04/11/2023

Responsável pelo preenchimento: Filipe Guimarães


FICHA DE DOCUMENTAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO

Nº do Registro: 0001B

 

Designação: Escultura de João e Maria

 

Coleção: Escultura em Argila

 

Origem e Procedência: Maragogipinho - BA e Loja de Beto e Marisa

 

Função: Decorativa

 

Tipologia: Escultura

 

Dimensões e Peso: 50cm x 16cm, 2,5 kg

Materiais: Argila

 

Técnica: Modelagem em argila

 

Autoria: Beto, Marisa e filho

 

 

Anverso

Reverso

Descrição Formal:

Representação de uma figura feminina da “roça”.


Localização:

Maragogipinho – BA.


Observações:

A obra encontrava-se empoeirada. No entanto, Beto retirou a poeira utilizando um pincel.

Estado de Conservação:

(X)   Bom

(  )  Regular                      (   )   Ruim

Observações referentes a Conservação, verificar ficha: 

A peça encontrava-se empoeirada.

 

Data do Preenchimento: 04/11/2023

Responsável pelo preenchimento: Filipe Guimarães


Histórico da prática local

O objeto escolhido foi encontrado na loja de um casal. Beto e Marisa possuem a loja a 28 anos, sendo aberta em 1995. Durante a conversa com Beto, me foi dito que sua habilidade com olaria vem de seu pai que o ensinou. Começou a aprender aos 25 anos e continua a desenvolver os trabalhos até os dias atuais em função do sustento, sobrevivendo das vendas. Ele também informou que as cerâmicas são criadas junto a sua esposa e filho, cada um contribuindo do jeito que pode utilizando tintas e elementos compostos de outros materiais, sendo o plástico como elemento decorativo e o ferro que dá rigidez e garante maior durabilidade a obra.

Diante disso, é possível observar como as práticas com argila fazem parte de um contexto mais amplo do que apenas o próprio objeto, remetendo a uma herança familiar que é imortalizada através dos conhecimentos que são passados pelos mais velhos aos mais novos. Portanto, esses trabalhos se inserem numa dimensão do convívio de práticas e tradições locais.

No entanto, para um observador externo a essa realidade, as esculturas podem fazer alusões a costumes próprios que correspondem ao seu lugar de origem. Isso foi informado pelo Beto que usou como exemplo uma escultura que se chama “Pezão” que corresponde a uma representação muito comum daquela região de um “velho da roça pescador que nunca calçou a sandália, daí seus pés achatados”, nas palavras do oleiro. Contudo, conforme o que foi dito, alguns turistas associam a escultura a imagem de um Preto-velho.

Assim, por ser uma região de forte destino turístico, o choque cultural se apresenta de maneira expressiva, havendo intensa atribuição de valores e sentidos por parte dos turistas. Esse ato de atribuir valores às coisas, em museologia, recebe o nome de musealidade e acontece em diferentes lugares, seja no interior de lojas, praças, num bar, durante um passeio de barco no rio, etc.


1 comentário:

  1. Formal e técnico no quesito museológico-documental, especificando claramente classificação e identificação do objeto.

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